No ambiente de gestão de alta performance e, principalmente, nas grandes e médias empresas, o conceito de compliance já permeia todo e qualquer tipo de ação e tomada de decisão.
As escolhas, prioridades e estratégias corporativas já não são mais definidas tendo como único referencial o lucro de curto prazo. Entram obrigatoriamente no espectro de decisão todo um novo conjunto de preocupações (não opcionais) relativas às leis, normas internas, questões éticas, sociais, pessoas e valores institucionais.
De forma a aprimorar ainda mais este novo olhar, observa-se recentemente o surgimento do conceito ESG (Environmental, Social & Government) que, na prática, sintetiza toda uma nova abordagem corporativa, aprofundando o conceito de compliance.
Já não é suficiente estar aderente ao conjunto de regras vigente. O mercado, as pessoas e todo o ambiente global de negócios espera que as empresas demonstrem, através de ações concretas, que realmente se preocupam com as questões ambientais, sociais e de governança corporativa.
Neste sentido, a gestão dos ativos imobiliários (imóveis, próprios ou locados), e das permissões públicas obrigatórias (licenças, alvarás, aprovações) torna-se um fator crítico, na medida que permeia não só o aspecto da governança (Real Estate Compliance), como também as questões ambientais e, principalmente, as questões sociais.
É esperado que as empresas que se intitulam ESG Compliance demonstrem, na prática, que realmente se preocupam com todos os impactos gerados pela sua atuação.
De acordo com Fábio Ramos, diretor geral da Plenno Arquitetura, escritório especializado em Real Estate Compliance e ESG aplicado ao segmento imobiliário, a aplicação do Real Estate Compliance (ou compliance imobiliário), na prática, vai muito além do ‘estar de acordo’ com as normas e leis municipais, estaduais e federais.
“O Real Estate Compliance faz parte do antes, do durante e do depois de todo e qualquer tipo de empreendimento ou projeto de ocupação urbana, independentemente do seu porte ou perfil; seja ele um escritório ou uma indústria, um edifício ou um armazém logístico”, complementa.
Segundo Ramos, diante da complexidade do segmento de gestão de ativos imobiliários, e das inúmeras exigências legais relacionadas a este, é fundamental contar com profissionais que possam garantir o cumprimento de todas as imposições dos órgãos de regulamentação.
No Brasil, existem mais de 5.500 municípios, ou seja, mais de 5.500 legislações diferentes, além de normas estaduais, federais e regulatórios específicos, todas totalmente interligadas.
“Mapear e analisar todas as circunstâncias técnicas, legais, ambientais e sociais que podem incidir sobre a viabilidade de um projeto imobiliário é essencial e indispensável”, conclui.
Matéria publicada na Grandes Construções