O Índice de Confiança da Construção (ICST) subiu 0,8 ponto em fevereiro, para 94,4 pontos, após quatro meses seguidos de queda. Em médias móveis trimestrais, o índice caiu 0,4 ponto. O levantamento é da Sondagem Nacional da Construção, realizada pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV/Ibre), com base em informações de 601 empresas, coletadas entre 1 e 17 de fevereiro. A pontuação vai de 0 a 200, denotando otimismo ou confiança a partir de 100.
De acordo com Ana Maria Castelo, coordenadora de Projetos da Construção do FGV/IBRE, pelo terceiro mês consecutivo o revés na carteira de contratos afetou a percepção sobre a situação atual das empresas, indicando um arrefecimento do crescimento dos negócios. O Indicador de Evolução Recente da Atividade, que atingira um pico em novembro do ano passado, caiu para baixo do nível de neutralidade desde janeiro, “o que enseja o questionamento se o atual ciclo de crescimento teria se esgotado”.
Por outro lado, depois de quatro quedas consecutivas, as expectativas voltaram a melhorar, impulsionadas pela perspectiva de melhora da demanda nos próximos meses. “Ou seja, o pessimismo que contaminou o setor desde outubro diminuiu significativamente em fevereiro, liderado pelo segmento de Edificações, que reagiu de forma positiva ao anúncio de retomada do Programa Minha Casa Minha Vida”, avalia Ana Castelo.
Esperança no futuro
A alta do ICST em fevereiro foi influenciada exclusivamente pela melhora das perspectivas em relação aos próximos meses. O Índice de Expectativas (IE-CST) avançou 3,4 pontos, para 95,6 pontos, maior nível desde outubro de 2022 (103,2 pontos). A alta decorreu da melhora do indicador de demanda prevista, que subiu 4 pontos, para 97,4 pontos, e do indicador de tendência dos negócios, que avançou 2,5 pontos, para 93,7 pontos.
Já o Índice de Situação Atual (ISA-CST) recuou 1,7 ponto, para 93,4 pontos, menor nível de maio de 2022 (92,5 pontos). A queda do ISA-CST se deve à piora na percepção dos empresários sobre o indicador que mede o volume de carteira de contratos. que caiu 1,7 ponto, para 95,3 pontos, e o daquele que mede a situação atual dos negócios, que recuou 1,5 ponto, para 91,7 pontos.
Principais limitações
Em pergunta que permitia múltiplas respostas sobre as principais limitações à melhoria dos negócios, os empresários e executivos do setor apontaram a demanda insuficiente, com 26% das assinalações. Em fevereiro de 2022, este item figurava em primeiro lugar, com 33% das assinalações.
Já o custo dos materiais, que em fevereiro de 2022 apareceia como a segunda principal limitação à melhoria dos negócios para 26% dos respondentes, agora caiu para a sexta posição, com 16%. Na mesma comparação, destacaram-se as assinalações na competição no próprio setor (caindo de 25% para 23%) e a escassez de mão de obra qualificada (subindo de 15% para 17%).
Utilização da capacidade
O Nível de Utilização da Capacidade (Nuci) da Construção recuou 1,2 ponto percentual (p.p.), para 77,7%. O Nuci de Mão de Obra caiu 1,4 p.p., para 79%, enquanto o Nuci de Máquinas e Equipamentos ficou praticamente estável, ao variar 0,1 p.p., para 71,9%.
Matéria publicada no Sinduscon-SP