O Índice de Confiança da Construção (ICST) ficou estável ao variar 0,1 ponto em outubro, para 97,2 pontos. Na média móvel trimestral, o índice ficou também estável. Os dados são da Sondagem da Construção do FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas), com base em informações de 593 empresas, coletadas entre os dias 1 e 24 de outubro. A pontuação vai de 0 a 200, denotando confiança ou otimismo a partir de 100.
De acordo com Ana Maria Castelo, coordenadora de Projetos da Construção do FGV Ibre, a acomodação do ICST no patamar abaixo da neutralidade (100 pontos) expressa a cautela das empresas. “As dificuldades fiscais dos entes governamentais, a alta de juros e a mudança nas regras de financiamento habitacional apontam para um cenário mais desafiador à frente. Ainda assim, vale destacar que o pessimismo com a tendência dos negócios nos próximos meses se reduziu. Por outro lado, as dificuldades atuais continuam relacionadas às dores do crescimento que tem superado as projeções do início do ano”, comenta a economista.
Expectativas mais otimistas
O ICST de outubro foi o resultado de combinação em sentido oposto dos seus dois componentes: o Índice de Situação Atual (ISA-CST) caiu 0,5 ponto, para 96,8 pontos, enquanto o Índice de Expectativas (IE-CST) subiu 0,7 ponto, para 97,8 pontos.
Os dois indicadores que compõem o ISA-CST variaram de forma contrária: o indicador de situação atual dos negócios recuou 1,4 ponto, atingindo 95,9 pontos, enquanto o indicador de volume de carteira de contratos avançou 0,4 ponto, para 97,6 pontos.
Pela ótica do IE-CST, o indicador de demanda prevista nos próximos três meses cedeu 0,6 ponto, para 100 pontos. Já o indicador de tendência dos negócios nos próximos seis meses subiu 1,9 ponto, chegando aos 95,5 pontos.
Custo da mão de obra e materiais
O ambiente de elevada demanda por mão de obra tem gerado escassez e aumento na remuneração do trabalhador. Questionados sobre limitações à melhoria de negócios, em pergunta que permite múltiplas respostas, 35% dos respondentes à Sondagem assinalaram escassez de mão de obra qualificada, 22% custo da mão de obra, e 20% acesso ao crédito bancário.
Para o segmento de Edificações Residenciais, o custo da mão de obra já assumiu a segunda posição entre as limitações à melhoria dos negócios
O custo da matéria prima tem apresentado ritmo de alta inferior ao da mão de obra, registrando um percentual menor de assinalações entre as dificuldades encontradas, mas ainda assim bastante relevante. O INCC (Índice Nacional de Custos da Construção) já é o componente do IGP (Índice Geral de Preços) com a maior elevação em 12 meses.
Utilização da capacidade
O Nível de Utilização da Capacidade (Nuci) da construção teve aumento de 0,5 ponto percentual (p.p.), para 79,7%. Os Nucis de Mão de Obra e de Máquinas e Equipamentos aumentaram 0,6 e 1 p.p, para 81% e 74,8%, respectivamente.
Matéria publicada no Sinduscon-SP