O Índice de Confiança da Construção (ICST) subiu 0,6 ponto em agosto, para 96,3 pontos, nível idêntico ao observado em março de 2014. Em médias móveis trimestrais, o índice avançou 3 pontos, a terceira alta consecutiva.
Isto foi o que apurou a Sondagem da Construção do Instituto Brasileira de Economia da FGV, que coletou informações de 604 empresas, entre 2 e 24 de agosto. O índice vai de 0 a 200, denotando otimismo a partir de 100.
De acordo com Ana Maria Castelo, coordenadora de Projetos da Construção do FGV/Ibre, os empresários da construção ajustaram suas expectativas de melhoria contínua dos negócios. “Não ficaram pessimistas – o indicador de expectativas (IE) recuou no mês para o nível de neutralidade – e ainda estão otimistas com a demanda dos próximos meses”, comenta.
A evolução da atividade das empresas se mantém como destaque positivo. “Este indicador alcançou o melhor resultado desde dezembro de 2012, puxando também as perspectivas sobre novas contratações. A percepção predominante voltou a ser de que o cenário atual melhorou, comparado ao de antes da pandemia, corroborando as projeções de retomada do setor”, avalia Ana Castelo.
Em agosto, o resultado positivo do ICST decorreu exclusivamente da diminuição da insatisfação dos empresários em relação à situação corrente. O Índice de Situação Atual (ISA-CST) subiu 2,5 pontos, para 91,9 pontos, maior nível desde dezembro de 2020 (92,4 pontos). Contribuíram para esse resultado o indicador de situação atual dos negócios, que subiu 2,1 pontos, para 90,4 pontos, e o indicador de carteira de contratos que subiu 2,9 pontos, para 93,5 pontos.
Preocupação com o futuro
Já o Índice de Expectativas (IE-CST) recuou 1,3 ponto, para 100,9 pontos, após três altas consecutivas. A queda do IE-CST foi influenciada exclusivamente pela piora do indicador de tendência dos negócios que caiu 3,1 pontos, para 98,9 pontos.
Outras comparações
Em relação a agosto do ano passado, todos os segmentos registraram diminuição do pessimismo. Nesta comparação, os aumentos de pontos no índice de confiança (sem o ajuste sazonal) foram os seguintes:
Construção – de 87,5 para 96,1.
Preparação de terrenos – de 96,9 para 104,4.
Edificações residenciais e não residenciais – de 84 para 89,2.
Obras viárias – de 87,4 para 97,2.
Obras de arte especiais e outros tipos – de 94,8 para 97,5.
Obras de acabamento – de 79,8 para 108,8.
A despeito da alta, a confiança setorial se mantém abaixo do nível considerado neutro de 100 pontos. No entanto, na comparação com agosto de 2019, ano em que o setor já ensaiava uma recuperação, há um crescimento de 8,7 pontos. Intersetorialmente, o destaque é o segmento de Obras de Acabamento, que continua sendo beneficiado pela onda de reformas.
“O segmento de Preparação de Terrenos, que é antecedente do ciclo de obras, também se sobressai, tanto no nível do indicador de confiança, quanto no avanço em dois anos, corroborando a percepção de retomada setorial”, observa Ana Castelo.
Utilização da capacidade
O Nível de Utilização da Capacidade (Nuci) da Construção cedeu 0,6 ponto percentual (p.p.), para 73,1%. O Nuci de Mão de Obra diminuiu 0,9 p.p, para 74,3%, enquanto que o de Máquinas e Equipamentos aumentou 0,5 p.p, para 67,1%.
Matéria publicada no Sinduscon-SP