O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), em colaboração com a Caixa Econômica Federal, organizou no dia 6 de junho o evento “Inovar para reconstruir a educação brasileira: sistema construtivo industrializado”. Realizado no auditório do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (INEP), o encontro reuniu especialistas, gestores e representantes do setor da construção para discutir o projeto “Construção industrializada para obras escolares: inovar para reconstruir a educação brasileira”.
O objetivo do evento é promover um espaço de troca de conhecimentos e experiências, visando o aprimoramento da construção no contexto da rede pública de educação básica. De acordo com o FNDE, essa abordagem não só acelera o processo de construção, mas também garante maior durabilidade e melhores condições de aprendizagem para os alunos.
Durante o encontro, foram exploradas e mapeadas iniciativas de mercado voltadas para a adoção e aprimoramento de abordagens inovadoras na construção de escolas e creches. O foco principal das discussões foi a construção industrializada, com destaque para a identificação de tendências e sistemas construtivos capazes de transformar a infraestrutura educacional do país.
As palestras abordaram as vantagens da construção industrializada, como a redução de custos, o aumento da eficiência e a sustentabilidade. Especialistas do setor compartilharam suas experiências e apresentaram casos de sucesso, demonstrando como a inovação pode contribuir para a melhoria da qualidade das instalações educacionais.
Para Fernanda Pacobahyba, presidente do FNDE, agora é um momento de mudanças. “Eu acho que aqui é o momento de muita transformação para os projetos do FNDE. Aqui é o momento que nós temos de mudar de paradigma, nós já tivemos no passado algumas experiências com as metodologias construtivas e industriais com o governo federal, em que talvez, o desenho da política não tenha sido o mais adequado. E é por isso que estamos aqui, nós amadurecemos, acho que o mercado também amadureceu, e hoje o senso de urgência na estruturação das políticas públicas e na prestação de serviços públicos é muito grande”, disse.
Evânio Nicoleit, representante do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (CONFEA), ressaltou a necessidade de reforçar a educação do Brasil. “Buscamos fortalecer a educação brasileira promovendo soluções inovadoras, sustentáveis, explorando sistemas construtivos, industrializados, tecnológicos, inovadores, para promover acesso ao conhecimento e a formação de jovens profissionais. Essa qualificação requer uma infraestrutura com sistemas construtivos que envolvem boas práticas, que envolvem normas, projetos inovadores, tecnologia, materiais inovadores, soluções e tudo isso para a educação e a construção brasileira”, pontuou.
Edilson de Souza Silva, presidente da Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil (Atricon), afirmou: “Nós, órgãos de controle, precisamos entender que temos que nos aliar a esses grandes atores que transformam, podem transformar e devem transformar a realidade desse país. E a realidade desse país só se transforma com educação, não tem outro jeito. Precisamos entender também que precisamos nos aliar”.
Rafael Ramos, representante do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) destacou que para o déficit do Brasil cair é preciso industrializar.
“O Brasil hoje tem um déficit de infraestrutura muito importante, um déficit habitacional persistente, que gira em torno de 6 milhões de habitações, e na raiz de todos esses problemas, que une todos esses problemas é a forma como construímos. Aliado a isso, nós do MDIC, estamos atentos ao aumento da idade média dos trabalhadores nos canteiros de obras do Brasil, não é uma profissão que atrai mais a juventude, então a gente tem a tempestade quase perfeita: a redução do capital humano para trabalhar em construção e um déficit crescente. O caminho para solucionar isso é industrializar, digitalizar e inovar em métodos construtivos”, afirmou.
Janaína Lucas, secretária adjunta do Controladoria Geral da União (CGU), disse: “Temos desafios pelo próprio tamanho do Brasil, pela complexidade e especificidade de cada município, então atender características específicas nessa dimensão é um desafio contínuo para que se tenha de fato acesso a uma educação de qualidade”.
Carlos Vieira, presidente da Caixa Econômica Federal, destacou a necessidade de ambientes melhores para a educação. “Para nós é um momento de muita satisfação, de fato, de uma forma inédita, a Caixa se coloca ao lado do ministério da educação, para uma jornada de competências, para trazermos soluções que sejam inovadoras, sustentáveis, em relação a construção de equipamentos que possam trazer não só o conforto, mas um ambiente adequado para a educação”, disse.
Dionyzio Klavdianos, vice-presidente de Materiais, Tecnologia, Qualidade e Produtividade da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), apresentou uma palestra sobre o projeto Construção 2030 e FNDE, ressaltando a importância da inovação no setor.
“Temos a necessidade de inovar e se industrializar, porque somos um setor estratégico para o crescimento global, temos dificuldade de incorporar novas tecnologias e temos dificuldade de proposição na solução de problemas. Não é de hoje a nossa preocupação com a inovação, esse trabalho não vem de hoje. Esse trabalho da FNDE está em total sinergia com o nosso projeto 2030. O governo tem se mobilizado, como também a academia e o setor privado. O futuro chegou, vamos construir juntos a mudança. A gente vê que o futuro é promissor”, disse.
O evento representou um marco na busca por soluções que promovam a qualidade e a eficiência na construção de instituições educacionais, contribuindo assim para a melhoria do sistema educacional brasileiro.
Matéria publicada na Agência CBIC