Com a pandemia e aumento das vendas online, uma tendência que se fortaleceu no mundo foi a do aumento dos galpões logísticos. Um bom exemplo disso é a gestora de investimentos Blackstone, que tem atuação em 37 países e US$ 577 bilhões em imóveis. Hoje, 80% do seu portfólio está nos segmentos de logística, casas de aluguel e hospitalidade (hotéis e casas de repouso).
No Brasil, o cenário de galpões logísticos no país espera 2.746.195 m² de estoque para 2023, sendo o segundo maior valor previsto para um só ano, atrás somente do ano de 2022, de acordo com a Binswanger Brazil, empresa de consultoria imobiliária. As regiões com previsão de apresentar os maiores volumes de novo estoque são:
• Cajamar: 493.229 m²
• Guarulhos: 458.958 m²
• Fortaleza: 327.720 m²
• Grande ABC: 238.878 m²
• Região Metropolitana de Belo Horizonte: 162.157 m²
Ainda segundo dados da Binswanger Brazil, considerando o total a ser entregue em 2023, 948.126 m² já estão em construção, contra os 1.789.069 m² ainda em projeto. Essa entrega conta com 1.286.381 m² a serem entregues no primeiro semestre e 1.459.814 m² no segundo.
Considerando os estados, a previsão é que São Paulo apresente o maior volume de entregas, com 1.579.634 m², seguido por Minas Gerais e Ceará, com respectivos 354.531 m² e 327.720 m².
Vacância
Atualmente, a vacância em galpões logísticos encontra-se em 11,4%, de acordo com a Binswanger Brazil. Entretanto, o grande volume de novo estoque a ser observado no quarto trimestre de 2022 e ao longo do ano de 2023 gera dúvidas com relação à capacidade do mercado em absorver esse volume. Segundo a empresa de consultoria imobiliária, a previsão é que 2022 e 2023 somados alcancem um volume de novo estoque acima de 5 milhões de m², valor nunca observado em um período de 2 anos. Ao mesmo tempo, o maior volume de absorção líquida já observado no cenário brasileiro foram os 2.309 mil m² em 2021.
“Considerando o comportamento histórico do mercado nacional, ou seja, sua absorção líquida histórica, e ponderando com o estoque a ser observado em 2023, a tendência é de aumento dessa vacância já em 2023 para patamares próximos ou superiores à taxa de equilíbrio de mercado de 15%. Nesse caso de aumento da vacância, os desenvolvedores podem postergar as entregas conforme a resposta do mercado em termos de absorção, principalmente considerando que o cenário de alta absorção é principalmente oriundo do crescimento do e-commerce na economia depois da pandemia, fato que nunca havia sido observado no cenário brasileiro”, informa a Binswanger Brazil.
Matéria publicada no Massa Cinzenta