Associação Brasileira da Construção

Industrializada de Concreto

Indústria de cimento e concreto lança aceleradores de “net zero” no mundo

A Global Cement and Concrete Association (GCCA) lançou recentemente uma série de iniciativas de aceleração Net Zero para ajudar as indústrias de cimento e concreto a se descarbonizarem.
 
A primeira onda de aceleração será lançada no Egito, que ainda este ano será o país anfitrião da COP27. Países como a Índia, Tailândia e Colômbia também participarão. Juntos, esses países representam aproximadamente 10% da produção global de cimento e concreto. 
 
Globalmente, a fabricação de cimento e concreto é responsável por cerca de 7% das emissões de CO2, segundo a GCCA. O plano global para eliminar essas emissões até 2050 exige que todas as partes do mundo acelerem as reduções nas emissões. O programa de aceleração identificará as barreiras à descarbonização nos países-alvo e recomendará ações-chave. Isso inclui incentivar políticas governamentais que possam ter impacto imediato, como melhor reciclagem, uso de resíduos como alternativa aos combustíveis fósseis e outras práticas de economia circular. Também incluirá a identificação de projetos que podem eliminar totalmente as emissões nas próximas décadas, como a utilização de captura de carbono e tecnologias de armazenamento.
 
“O concreto continuará sendo o material de construção mais usado do mundo nas próximas décadas, o que significa que a cooperação global entre governos e indústria é crucial para garantir que as metas de net zero sejam cumpridas. Nossos Aceleradores Net Zero oferecerão colaboração e suporte a vários países-alvo para ajudá-los a descarbonizar e se alinhar ao roteiro global”, afirma Thomas Guillot, executivo-chefe da GCCA. 
 
Para Mahmoud Mohieldin, Campeão de Alto Nível da COP 27 UNFCCC do Egito, grande parte da infraestrutura que o mundo precisa para superar os principais desafios globais – como aliviar a pobreza, a necessidade de água limpa, energia e habitação acessível – ainda está para ser construído.
 
“O cimento e o concreto desempenharão um papel crítico na entrega de um mundo mais saudável, mais resiliente e sem carbono, à medida que a indústria avança para uma descarbonização rápida e completa. Como tal, temos o prazer de apoiar a iniciativa Net Zero Accelerator, ajudando os países em desenvolvimento a atingir suas metas de descarbonização, pois trabalhamos para apoiar todas as indústrias e países com suas ambições climáticas para ajudar a construir um futuro mais sustentável para todos. A participação plena e voluntária de um setor que responde por 7-8% das emissões globais de CO2é fundamental para contribuir com a meta do Acordo de Mudança Climática de Paris de 2015 de limitar o aquecimento global bem abaixo de 2 °C e o mais próximo possível de 1,5 °C”, explica Mohieldin 
 
Como funciona o programa?
 O programa de aceleração é composto por três elementos:
1. Roteiros nacionais de net zero, incluindo previsões de emissões, alavancas de redução, necessidades políticas e o compromisso da indústria; 
2. Identificação e exploração de financiamento para projetos de corte de carbono em grande escala;  
3. Diálogos políticos com governos nacionis para ajudar a acelerar a transição.
 
Como está a situação no Brasil?
 De acordo com Paulo Camillo Penna, presidente da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP) e do Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC), a indústria brasileira de cimento tem as menores emissões do mundo de CO2. “Enquanto o mundo emite, em média, 620 quilos de CO2 por tonelada de cimento, a indústria brasileira emite 564 quilos. O nosso objetivo é trazer de 564 quilos para 375 quilos até 2050. Até 2020, evitamos cerca de 120 milhões de toneladas de CO2 – de 2014 até 2020. E até 2050, com esse desempenho de 564 quilos para 375 quilos – vamos evitar 420 milhões de toneladas de CO2 na atmosfera”, declara. 
 
De acordo com Penna, o Brasil é o segundo país do mundo a ter um roadmap para redução de emissão de carbono individual – o primeiro foi a Índia. Este estudo aponta que existem quatro pilares principais para chegar a estes resultados:
•    Combustíveis alternativos;
•    Adições;
•    Eficiência energética;
•    Captura e estocagem de carbono.

Matéria publicada no Massa Cinzenta

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