Associação Brasileira da Construção

Industrializada de Concreto

CBIC: industrialização do setor pode ajudar a reduzir o déficit habitacional

Diante da necessidade de reduzir o déficit habitacional de quase 7 milhões de moradias no Brasil, a industrialização do setor da construção foi apontada como ferramenta para contribuir com a resolução deste gargalo do país. O tema foi destaque durante encontro entre a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), a Caixa Econômica Federal e a Secretaria Nacional de Habitação (SNH), em Brasília.

A partir da retomada do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), a quantidade de unidades previstas para minimizar a realidade de moradias no país nos próximos 20 anos, cerca de um milhão de habitações por ano, segundo a vice-presidente de Habitação da Caixa, Inês Magalhães, acendeu o alerta para a necessidade de uma maior escala de produção.

“Nós ainda não conseguimos avançar muito na industrialização do setor da construção. O crescimento em unidades é um processo intenso que precisa evoluir, e a industrialização pode conduzir isso”, apontou. Inês destacou que há expectativa de que a Reforma Tributária, em tramitação no Congresso Nacional, beneficie a pauta.

O presidente da CBIC, Renato Correia, apontou a relação da industrialização do setor com a necessidade de ampliação nos investimentos e de capacitação. “A nossa mão de obra tem diminuído, é preciso investir também na profissionalização”, enfatizou.

Para Correia, a habitação é a porta de entrada de todos os outros direitos do cidadão e o setor está atento à necessidade de industrialização dos processos, não apenas para a modernização dos procedimentos, mas para garantir um melhor ambiente de trabalho aos profissionais. “O ambiente de trabalho precisa ser mais atrativo, mais acolhedor, para que o funcionário da construção tenha orgulho e queira estar conosco”, disse.

A vice-presidente da Caixa apontou que a retomada do MCMV trouxe desafios importantes como o equilíbrio entre o acesso da população de baixa renda, em paralelo ao acesso da classe média ao programa. A segmentação foi vista pela entidade como essencial. “É preciso olhar para o déficit e formatar produtos direcionados para condições de renda para cada público, e podemos alcançar isso com informação, tecnologia e parceria”, reforçou Inês.

Ela ainda abordou a retomada do Faixa 1, que reforça a importância do programa. “Parte da população brasileira não tem acesso ao crédito e tem dificuldade de acesso ao mercado de trabalho. É fundamental que as condições do Faixa 1 sejam utilizadas, predominantemente, pela população de maior vulnerabilidade”, apontou. Segundo Inês, a Caixa começa a aplicar as novas regras do programa, a partir desta sexta-feira (7).

Clausens Duarte, presidente da Comissão de Habitação de Interesse Social (CHIS) da CBIC, destacou que o atendimento direcionado à baixa renda é essencial, pois essa é a população com maior concentração no déficit habitacional. “Precisamos olhar para o déficit habitacional do país. A construção tem o compromisso, a dedicação e o empenho para combater essa chaga social. O Censo, divulgado pelo IBGE na última semana, trouxe informações importantes que podem dar o norte em muitas de nossas ações. O conjunto da sociedade precisa de um olhar diferenciado para a habitação de interesse social. Com informações e parceria conseguiremos traçar caminhos importantes para a melhor formação das cidades”, disse.

Outro ponto destacado durante o evento foi o projeto com os governos locais para o MCMV com o objetivo de escalar parcerias. O diretor executivo de Habitação da Caixa Econômica Federal, Rodrigo Wermelinger, ainda explicou as propostas para o programa com recursos do Fundo de Arrendamento Residencial (FAR) e do FGTS.

Rodrigo apontou que a entidade tem observado uma lacuna de atendimento acentuada nas menores faixas de renda, que engloba o Faixa 1 (com renda até R$ 2.640) e o Faixa 2 (com renda até R$ 4.400). Segundo Wermelinger, ainda em 2023, a previsão é que se atinja a maior contratação histórica com recursos do FGTS.

“A gente já executou um recurso esse ano de mais de 70% do orçamento inicialmente alocado do FGTS”, disse.

Matéria publicada na Agência CBIC

 

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