A desaceleração da alta do custo da construção civil observada em 2022, depois da disparada de 2021, deve se repetir este ano, apontam especialistas. Ao longo do ano passado, a desorganização das cadeias globais de matérias-primas gerada pela pandemia começou se atenuar, diminuindo a alta dos preços.
“Em 2022, a gente já observou desaceleração expressiva da alta de material, e a mão de obra acabou puxando os preços. Para 2023, o cenário é desaceleração de ambos os componentes”, afirma o economista da Tendências Consultoria, Matheus Ferreira. A projeção dele é de uma alta de 5,1% no Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) em 2023, ante 9,27% em 2022 e 13,84% em 2021. A alta de preços da mão de obra deve ficar em 7,6%, e o aumento de material, em 2,6%.
A coordenadora de Projetos da Construção no Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), Ana Castel, diz que a palavra para definir a evolução de preços em 2023 no setor é “incerteza”. A Sondagem da Construção, da FGV, trouxe percepção de negócios futuros mais pessimista, ao término do quarto trimestre, por parte do empresariado do setor.
Questionada se isso poderia influenciar preços para baixo, diz acreditar que a demanda deve se manter em patamar razoavelmente elevado. “Se o nível de lançamentos começar a cair muito, poderá ter efeito sim, mas apenas no fim de ano e início de 2024.”
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