Dados da Economia Brasileira na semana: 30/05 a 03/06
• Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M/FGV): IGP-M aumentou 0,52% em maio, ante aumento de 1,41% no mês anterior. Resultado veio em linha com a expectativa do mercado (+0,52%).
• Índice de Confiança de Serviços (Ibre-FGV): Índice de Confiança dos Serviços subiu 2,1 pontos no mês de maio ao encerrar em 98,3 pontos, contra 96,2 pontos de abril, dados dessazonalizados. Apesar do crescimento, o índice continua indicando pessimismo. Valores abaixo de 100,0 pontos indicam pessimismo e acima otimismo.
• Índice de Confiança do Comércio (Ibre-FGV): Índice de Confiança do Comércio encerrou em 93,3 pontos em maio, crescimento de 7,4 pontos em relação a abril (85,9 pontos), dados com ajuste sazonal. Apesar do aumento significativo, o índice continua indicando pessimismo do setor pelo nono mês consecutivo. Resultados superiores a 100,0 pontos indicam otimismo e abaixo, pessimismo.
• Taxa de desemprego (PNAD contínua/IBGE): taxa de desemprego no Brasil ficou em 10,5% no trimestre móvel finalizado em abril, o que representou redução em relação ao trimestre encerrado em março (11,1%). Esse resultado corresponde a um contingente de 11,3 milhões de desempregados. Ao comparar com o resultado do ano anterior (trimestre móvel encerrado em abril de 2021), a redução foi de 4,3. p.p..
• Índice de Confiança Empresarial (Ibre-FGV): Índice de Confiança Empresarial avançou 2,9 pontos no mês de maio encerrando em 97,4 pontos, dados dessazonalizados. Assim, por ficar abaixo dos 100,0 pontos, há indicação de pessimismo pelo sétimo mês consecutivo. Valores acima de 100,0 pontos indicam otimismo e abaixo pessimismo.
• Vendas reais da indústria paulista (FIESP): segundo Levantamento de Conjuntura Fiesp/Ciesp, as vendas reais da indústria de transformação paulista avançaram 2,3% no mês de abril na comparação com março. Com o resultado, as vendas reais do setor têm fôlego após dois meses ininterruptos de retração (-1,2% em fevereiro e -1,0% em março). As horas trabalhadas na produção também cresceram no mês, no dado dessazonalizado. A variação foi de 1,6% em abril frente a estabilidade do mês de março. Já os salários reais médios reduziram em 0,8% na leitura de abril, e o NUCI também variou negativamente ao encerrar em 79,9% (-0,4 p.p.), dados dessazonalizados.
• Pesquisa Sensor (FIESP): Sensor do mês de maio encerrou em 50,4 pontos, resultado inferior ao mês de abril, quando marcou 51,9 pontos. Leituras acima de 50,0 pontos indicam expansão da atividade industrial paulista no mês.
• Produto Interno Bruto (PIB): PIB brasileiro apresentou aumento de 1,0% no 1º trimestre de 2022 com relação ao quarto trimestre de 2021, dado com ajuste sazonal. O setor da Indústria Total ficou praticamente estável no período (+0,1%), já o setor de Serviços subiu 1,0%. A Indústria de Transformação registrou alta de 1,4% ante o 4º trimestre de 2021. Investimentos (FBCF) caíram 3,5%, Agropecuária declinou em 0,9%, Exportações subiram 5,0% e o Consumo das Famílias subiu 0,7%, dados comparando o 1º trimestre de 2022 com o trimestre imediatamente anterior.
• PMI Indústria do Brasil (Markit): Índice Geral de Compras (PMI) da Indústria do Brasil, sazonalmente ajustado, aumentou 2,4 pontos no mês de maio ao encerrar em 54,0 pontos, ante 51,8 pontos em abril. Com este resultado, o PMI industrial do Brasil sinaliza crescimento pelo terceiro mês consecutivo. Resultados acima de 50,0 pontos indicam crescimento da indústria no mês.
• Vendas de veículos automotores nacionais e importados, sem máquinas agrícolas e implementos rodoviários (FENABRAVE): no mês de maio, 334.955 veículos automotores nacionais e importados (exceto máquinas agrícolas e implementos rodoviários) foram vendidos no país. Com ajuste sazonal, este resultado representa um crescimento de 18,5% em relação ao mês de abril. Esse é o maior volume de vendas desde fevereiro de 2020 na série com desconto da sazonalidade, quando foram vendidos 343.564 veículos.
• Produção Industrial Mensal (PIM/IBGE): a produção industrial subiu 0,1% no mês de abril na comparação com março, nos dados com ajuste sazonal. A indústria de transformação cresceu 0,1% no mês de abril, voltando a apresentar desempenho positivo, após queda de 0,6% em março. Já a indústria extrativa cresceu 0,4% no mês.
Os resultados divulgados durante a semana sinalizaram recuperação em determinados segmentos da economia brasileira. O PIB cresceu 1,0% no 1º trimestre de 2022 na comparação com o último trimestre de 2021, sem efeitos sazonais. Em linha com as expectativas do mercado (+1,2%), o desempenho da atividade econômica foi positivo. O principal destaque, pela ótica da oferta, foi o setor de serviços, já pelo lado da demanda, consumo das famílias e exportações. Para maio, as expectativas continuam favoráveis para comércio e serviços, que exibiram melhora nos índices de confiança calculados pela FGV. Enquanto serviços seguem impulsionados pelo processo contínuo de reabertura de alguns segmentos, o comércio varejista obtém respaldo no aumento da massa salarial ampliada (massa salarial + transferência de renda do governo) e na recuperação do mercado de trabalho, este último, representado pela redução da taxa de desemprego e pelo avanço do nível de emprego.
A indústria de transformação, por sua vez, apresentou crescimento de 1,4% na comparação com o último trimestre de 2021. Apesar do desempenho positivo, este segmento ainda está 1,2% abaixo do nível pré-pandemia (4º trimestre de 2019), enquanto a economia como um todo está 1,6% acima deste nível. Na mesma linha, a produção industrial mensal (PIM) mostrou fraco crescimento da produção industrial em abril, preservando expectativas de baixo dinamismo para o ano.
Para o 2º trimestre, e principalmente na segunda metade do ano, a expectativa é de arrefecimento do PIB. Nessa perspectiva, o resultado do PIB no 1º trimestre deverá ser o melhor para o ano. A perda de fôlego estará associada aos efeitos defasados do expressivo aperto monetário implementado pelo Banco Central, do esgotamento do processo de reabertura no setor de serviços, das incertezas em torno do processo eleitoral e do comércio internacional, fatores que deverão pesar sobre a evolução da atividade econômica. Sobre o cenário externo, esse deverá ser menos favorável para a economia brasileira devido ao processo de aumento dos juros globais. Para a indústria, o cenário também é bastante desafiador devido ao substancial aperto monetário, o qual afeta os canais de crédito, fundamentais para a dinâmica da indústria de transformação.
A projeção da FIESP para o resultado do PIB em 2022 passou de estabilidade (0,0%) para crescimento de 1,3%. No caso da indústria de transformação, a projeção é de queda de 1,2%, que se confirmada, será o sexto recuo do PIB do setor num intervalo de dez anos.
Matéria publicada na FIESP