O planejamento de uma obra é uma das etapas mais importantes para o sucesso da construção. Mas os megaprojetos de infraestrutura são desafios ainda complexos e exigem muita precisão, coordenação e inovação.
Por isso que o Building Information Modeling, usualmente chamado de BIM, é uma metodologia quase mandatória para as construtoras do mercado.
O BIM é a representação digital 3D de uma construção em todo o seu ciclo de vida; ou seja, desde a fase de planejamento até a operação, oferecendo um olhar 360º integrado.
“Ao contrário das abordagens tradicionais, que podem pecar por falta de informações, a modelagem tridimensional detalhada oferece uma visão completa do projeto, permitindo prever o andamento e solucionar problemas antes mesmo de iniciar a obra”, explica Gustavo Brito, Superintendente de sistemas de Engenharia, Construção e BIM na Andrade Gutierrez, empresa de engenharia com mais de 70 anos de experiência em obras de grande porte.
Aliada à integração de dados em tempo real, o BIM também permite adaptar estratégias ao longo do caminho, antecipando riscos e garantindo mais segurança no canteiro de obras. Por ser capaz de analisar com detalhes os potenciais danos, também permite a implementação de medidas preventivas eficazes.
No setor de infraestrutura, ele tem diferenciais significativos em comparação a métodos convencionais, impactando diretamente a eficiência, sustentabilidade e segurança dos empreendimentos.
A modelagem 3D ainda passa por constantes avanços, e hoje já pode ser integrada com Inteligência Artificial, Realidade Aumentada (AR) e Realidade Virtual (VR), que proporcionam uma experiência imersiva para engenheiros, arquitetos e clientes.
“Um dos grandes diferenciais do uso do BIM na infraestrutura é a capacidade de simular e visualizar todas as fases do projeto. Os dados disponíveis são aplicados ao modelo 3D, não são simplesmente números no papel. Assim, as informações ficam mais evidentes, de modo que as decisões possam ser tomadas com muito mais rapidez e segurança”, continua Brito.
Brito complementa dizendo que os modelos digitais fornecidos pelo BIM são muito úteis em megaprojetos que demandam alto investimento e força de trabalho, como obras de infraestrutura de ferrovias, portuárias, e parques solares e eólicos, assim como grandes projetos de energia, óleo e gás, como já utilizado pela AG.
Ao detectar problemas precocemente, a ferramenta também contribui para a prevenção de atrasos e redução de custos, prezando pela entrega pontual dentro do orçamento proposto.
Um exemplo prático foi a construção de um parque eólico na Bahia em 2022 pela AG, em que foi utilizado o BIM na terraplenagem no projeto executivo das Bases dos Aerogeradores, Drenagem e Rede de Média Tensão, além da gestão de materiais de Civil e Elétrica.
“A tecnologia nos permitiu acompanhar os estoques materiais com muita precisão, facilitando a gestão completa e garantindo a integridade estrutural sem desperdícios. Essa vantagem competitiva resulta em economias relevantes, beneficiando tanto os investidores quanto a sociedade, já que conseguimos manejar melhor os possíveis transtornos”, conclui.
Matéria publicada na Grandes Construções