Associação Brasileira da Construção

Industrializada de Concreto

NBR 6118 passa por revisão e consulta popular

O Brasil possui um excelente know-how no projeto e produção de estruturas de concreto. Este material vem sendo utilizado há décadas na construção de pontes, viadutos, túneis, barragens, edifícios, residências, monumentos, etc. A norma-mãe que rege o uso do concreto, a NBR 6118 tem um impacto direto nesse cenário.  Em 2022, a ABNT NBR 6118 – Projeto de Estruturas de Concreto – Procedimentos passou por um processo de revisão e de consulta popular.

“Evidentemente, há diversas outras normas específicas tão importantes como a NBR 6118. Vale lembrar que a NBR 6118, ainda carinhosamente chamada por muitos de NB-1, foi a primeira norma técnica brasileira, criada junto com a fundação da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). O Brasil possui um excelente know-how no projeto e produção de estruturas de concreto, reconhecido internacionalmente e, graças a um conjunto de notáveis e abnegados engenheiros brasileiros, possui uma norma técnica própria, com padrão internacional. A NBR 6118 é importante não somente para a construção civil, mas sim para toda a sociedade brasileira”, apontam a engenheira Suely B. Bueno, diretora de Normas Técnicas da Associação Brasileira de Engenharia e Consultoria Estrutural (ABECE), e Alio Kimura, diretor-adjunto de Normas Técnicas da ABECE.

Esse projeto de revisão, iniciado em 2018, cancelará e substituirá a NBR 6118:2014 por completo. “A revisão dessa norma é necessária pois ela trata de um assunto (Projeto de Estruturas de Concreto) que está em constante evolução tecnológica, seja nas pesquisas como nas aplicações práticas, seja no desenvolvimento de novas metodologias como de novos materiais. Além disso, por ser uma norma que envolve a segurança e o conforto dos usuários das construções de concreto, é fundamental que ela seja revisada, atualizada e melhorada, de forma contínua e paulatina”, afirmam Suely e Kimura. 

Pontos de destaque

Nesta revisão, a base de 2014 foi mantida, isto é, a sua abrangência e as suas seções continuam as mesmas. Ao todo, foram debatidas 182 sugestões nas plenárias, dentre as quais 134 foram aprovadas. 

“A grande maioria das novidades consiste na introdução de textos e figuras, certas vezes com a imposição de limites, cujo objetivo é esclarecer como os procedimentos e requisitos devem ser considerados nos projetos estruturais de forma correta. Não há alterações significativas nas metodologias e formulações atuais, com exceção para concretos de alta resistência, em que foi introduzido um novo coeficiente de fragilidade, baseado no código-modelo europeu”, explicam Suely e Kimura.

Outra novidade da norma é a presença de um novo diagrama para análise estrutural não-linear, além de pequenos ajustes e melhorias na parte de fadiga. 

“Essa revisão demonstra os sinais de maturidade do texto atual. Porém, isso não significa que não há mais trabalho pela frente. Pelo contrário, a Comissão de Estudos continuará se reunindo, e outras novidades poderão surgir em futuras emendas em breve”, opinam Suely e Kimura.

 Melhorias após a publicação

Logo após a publicação da NBR 6118:2023, está prevista a continuidade dos trabalhos pela Comissão de Estudo que elaborou a revisão dessa norma, com a realização de reuniões ao longo de 2023 para debater algumas propostas de melhorias recebidas durante o período de Consulta Nacional. 

“Elas serão analisadas com a devida atenção, podendo, se aprovadas, serem publicadas em futuras emendas em breve. Cabe destacar também que o Brasil mantém sua participação ativa em diversos comitês de normas internacionais, como os do ACI (American Concrete Institute), da fib (Fédération internationale du béton) e da ISO (International Organization for Standardization), o que faz com que a norma brasileira esteja sempre atualizada com as novidades que estão sendo introduzidas em outros países”, destacam Suely e Kimura.

Matéria publicada no Massa Cinzenta

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