A revista Construção Latino Americana divulgou em outubro a edição 2020-2021 do ranking das 50 maiores construtoras do continente – o CLA50. A lista inclui, além das empresas com sede nos países latinos, as corporações de nacionalidade espanhola, italiana e portuguesa, mas que também operam na América do Sul e na América Central. Por causa dos impactos econômicos causados pela pandemia de COVID-19, o ranking teve alterações em quase todas as posições. Das 50 listadas, apenas 8 preservaram as colocações que tinham na lista de 2019-2020.
O ranking CLA50 mostra que o faturamento de 30 das empresas listadas caiu na pandemia. Isso não tem relação direta com o volume de obras, mas com a desvalorização das moedas locais diante do dólar. Também reduziu o fluxo de grandes obras de infraestrutura, porque os governos tiveram que canalizar recursos para combater o COVID-19. Porém, houve o aumento de empreendimentos da construção imobiliária, o que compensou o desempenho de algumas empresas que atuam tanto no mercado imobiliário quanto no de infraestrutura.
Apesar do cenário de anormalidade, o top 3 do ranking da revista Construção Latino Americana se manteve inalterado, com a chilena Sidgo Koppers liderando a lista, seguida da espanhola Sacyr e da brasileira MRV Engenharia. O faturamento da companhia do Chile, porém, caiu 4,1%, indo de 2,334 bilhões de dólares no período 2019-2020 para 2,238 bilhões de dólares em 2020-2021. Sacyr e MRV viram seus faturamentos crescerem 17,5% e 9,8%, respectivamente. A espanhola faturou 2,002 bilhões de dólares em 2020-2021 e a brasileira 1,289 bilhão de dólares no mesmo período.
Com 19 empresas, Brasil tem maioria na lista e também maior volume de faturamento
O ranking CLA50 avalia construtoras e empreiteiras de 10 nacionalidades. A saber: Brasil, Chile, Espanha, México, Peru, Colômbia, Itália, Portugal, Costa Rica e Argentina. Na lista recentemente divulgada, as empresas brasileiras são maioria: 19. O faturamento de todas elas soma 5,559 bilhões de dólares. No top 10, além da MRV, aparece a Andrade Gutierrez, que ocupa a 9ª posição. Destaca-se também a Odebrecht Engenharia e Construção, que subiu 15 posições em relação ao ranking passado, saindo da 27ª para a 12ª. Na década passada, a empresa foi fortemente impactada pela operação Lava-Jato.
Três construtoras brasileiras estreiam no ranking: a Construtora Ferreira Guedes, que aparece na 32ª posição; a Gafisa, em 34º, e a MPD Engenharia, em 47º. Todas atuam fortemente no segmento de construção imobiliária. A empresa que mais caiu no ranking foi a Tegra Incorporadora, que é uma subsidiária da canadense Brookfield Asset Management e tem sede na cidade do Rio de Janeiro-RJ. No CLA50 de 2019-2020, ela aparecia na 26ª colocação e agora surge em 49º. A espanhola FCC, que tem como acionistas alguns dos homens mais ricos do mundo, como os norte-americanos Bill Gates e George Soros, além do mexicano Carlos Slim, também caiu 23 colocações, indo da 19ª para a 43ª posição.
Matéria publicada no Massa Cinzenta