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Pesquisa da CNI aponta disparidades entre infraestrutura de transporte

Uma pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) apontou que as regiões brasileiras têm uma enorme diferença em relação às condições de infraestrutura e logística. Os dados mostraram que somente 25% dos entrevistados do Norte e do Nordeste consideram boas ou ótimas as condições de infraestrutura da região. A média nacional ficou em 56%. A pesquisa ouviu 2.500 empresários de indústrias de médio e grande portes de todo o país.

Ao mesmo tempo, 64% dos empresários do Sudeste creem que as condições de infraestrutura regional podem ser consideradas boas ou ótimas. Na região Sul, por sua vez, 57% dos empresários mostraram-se satisfeitos. Na região Centro Oeste, a aprovação foi de 46%.  

“A pesquisa da CNI revela o quadro da nossa infraestrutura de transportes e como isso penaliza o setor produtivo. Quando nós avaliamos, por exemplo, a situação das nossas rodovias, ferrovias e portos do Norte e Nordeste, fica muito evidente a disparidade da qualidade desses ativos em relação ao Sul e ao Sudeste, por exemplo. Isso evidencia a necessidade de mais investimentos, para que possamos reduzir o déficit de infraestrutura e, principalmente, este desbalanceamento entre as regiões. Nós temos, por exemplo, condições de rodovias que penalizam o transporte mais utilizado no Brasil para cargas, que é por meio de caminhões. É preciso que o país invista mais em infraestrutura – não só com recursos públicos, mas também com recursos privados para que possamos reduzir o custo logístico de produzir e transportar no Brasil”, afirma o gerente de Transporte e Mobilidade Urbana da CNI, Matheus de Castro.

Pavimento de concreto pré-fabricado padroniza rodovias
Gargalos

A pesquisa também apontou que o principal gargalo de infraestrutura em todas as regiões é o transporte, com média nacional de 73%. No Norte, o índice é ainda maior – de 82%. Na sequência, aparecem o Sul (81% apontam o transporte como maior gargalo), Nordeste (76%), Centro-Oeste (73%) e Sudeste (68%).  

Ao mesmo tempo, a infraestrutura das rodovias foi a maior reclamação dos empresários, mencionada por 88% dos entrevistados do Norte e por 62% do Sudeste.

Em seguida, a infraestrutura das ferrovias foi citada como um dos maiores gargalos para o transporte de carga no país – a maior parte, 40% entre os empresários do Sudeste, e a menor, 18% do Norte. A pesquisa revelou ainda que os serviços de transporte por rodovias são avaliados como bons ou ótimos por 46% dos empresários. Entre as regiões, destaca-se o Sudeste, onde 59% consideram os serviços de transporte rodoviário bons ou ótimos. Em contraste aparece o Norte, com índice de somente 9% bom ou ótimo.  

“Nós utilizamos o transporte rodoviário excessivamente. Isso se revela na pesquisa com os industriais. Os entrevistados da região Sudeste afirmaram que utilizam o caminhão para distâncias, em média, de 600 km ou mais. No caso do Norte, essas distâncias chegam a superar 1.700 km em média. Essa utilização excessiva do caminhão traz uma eficiência para quem produz e para quem transporta essas mercadorias, com custos econômicos e sociais para toda a sociedade. Dessa forma, nós precisamos aumentar o investimento em outros modais de transporte, principalmente o ferroviário. Desta forma, poderemos transportar mercadorias de menor valor agregado, em distâncias superiores, sem necessitar sempre do modal rodoviário”, afirma Castro.

Matéria publicada no Massa Cinzenta

 

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