Mesmo com a desaceleração no último trimestre de 2024, o PIB cresceu 3,4% no ano passado, o mais alto percentual desde 2021, ano de recuperação dos efeitos da pandemia, quando o mesmo indicador avançou 4,8%. Em 2023, a alta havia sido de 3,2%.
O crescimento de 2024 ainda deve boa parte de seu vigor ao consumo das famílias. Mas o desempenho ainda melhor da formação bruta de capital e a expansão contida do consumo do governo revelam ainda um perfil relevante de expansão. O indicador síntese desse perfil é a taxa de investimento, que passou de 16,4% em 2023 para 17% do PIB em 2024. Ainda que essa taxa seja insuficiente para evitar maiores pressões inflacionárias, a melhora do indicador merece destaque.
Os resultados ainda não colocam no horizonte um quadro recessivo. O que se observa é uma desaceleração com recomposição do perfil de crescimento: menos consumo das famílias e mais formação de capital. Essa é uma composição favorável no atual contexto de inflação pressionada. Resta ao setor público dar sua contribuição, freando o consumo do governo que fechou 2024 acelerando.
Construção
O PIB da construção cresceu 4,3% no ano, muito próximo do valor projetado pelo SindusCon-SP e pela FGV.
A aceleração do último trimestre gera um efeito carregamento importante, de 2%, ou seja, mantendo o patamar por todo o ano, o PIB setorial terá garantido uma expansão muito próxima da que hoje está sendo projetada para a economia como um todo, de 2,3%. A projeção é que o crescimento do PIB da construção supere esse percentual, alavancado pelas obras de infraestrutura e, principalmente, pelas obras do mercado imobiliário, que em 2024, teve um novo recorde de negócios. No entanto, os desafios já estão à vista: continuidade da escassez de mão de obra qualificada, aumento dos custos e o efeito do choque dos juros.o custo do crédito, desestimulam novos investimentos e proporcionam adiamento de novos projetos.
Matéria publicada no Sinduscon-SP