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PIB encerra 2022 em desaceleração

Os dados divulgados pelo IBGE relativos ao PIB de 2022 trouxeram boas e más notícias. Na comparação om 2021, houve alta acumulada de 2,9%, claramente acima das expectativas mais pessimistas que tinham sido formuladas nos primeiros meses do ano. Mas o resultado do último trimestre revelou que a economia desacelerou forte, com retração de 0,2% na comparação dessazonalizada com o trimestre anterior. E esse último dado é de grande relevância para projetar o ritmo da atividade neste início de 2023.

Como já vinha sendo observado ao longo dos três primeiros semestres, o resultado anual foi bastante condicionado pelo bom desempenho do setor de serviços, cuja alta chegou a 4,2%. No caso de indústria e agropecuária, as taxas de variação nessa base de comparação foram 1,6% e -1,7%, respectivamente. A construção civil teve desempenho bastante favorável, com crescimento do PIB setorial de 6,9% no ano.

Observando esses resultados em maior detalhe, nota-se que o grande destaque foram as atividades classificadas como Outros Serviços, cujo crescimento em 2022 chegou a 11,1%. Esse subsetor reúne algumas das atividades econômicas mais fortemente impactadas pela pandemia e cuja recuperação se deu mais lentamente, como cuidados pessoais e entretenimento. Em outros termos, o crescimento de 2022 ainda foi condicionado de maneira importante pelo processo de descompressão pós-pandemia.

Mas esse mesmo movimento diz pouco sobre as tendências para o ano em curso. Mais significativo no sentido de orientar projeções foi o desempenho da indústria de transformação, que possui diversos encadeamentos com os demais setores e cuja variação acumulada no ano passado foi de -0,3%.

Mas os dados mais relevantes para compreender como o ritmo de atividade na virada do ano são os relativos ao último trimestre na série com ajuste sazonal. Como já mencionado, o PIB como um todo recuou 0,2% nessa base de comparação. A indústria teve retração de 0,3%, enquanto agropecuária e serviços registraram alta de 0,3% e 0,2%, respectivamente. A construção civil também encerrou o ano com desaceleração: na mesma base de comparação dessazonalizada com o trimestre anterior, houve queda de 0,7% no PIB setorial.

Com esse resultado, o PIB total encerrou 2022 apenas 0,1% acima da média do ano. Com isso, caso a atividade econômica ao longo de 2023 permaneça estável no nível observado no último trimestre do ano anterior, o crescimento no ano em curso será exatamente dessa ordem de grandeza (0,1%). Esse é o conhecido “efeito carregamento”. A fim de garantir um desempenho melhor será necessário encontrar outras fontes de crescimento ao longo deste ano, com destaque para a indústria de transformação e a formação de capital, setor que inclui a construção civil.

Matéria publicada no Sinduscon-SP 

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