Em outubro, o Índice de Confiança da Construção (ICST) do FGV IBRE caiu 1,8 ponto, para 96,3 pontos, interrompendo a sequência de alta observada nos três últimos meses
Na média móvel trimestral, o índice avançou 0,4 ponto. “A queda na confiança de outubro foi a maior desde novembro do ano passado, devolvendo assim parte da melhora dos últimos meses”, observou Ana Maria Castelo, coordenadora de Projetos da Construção do FGV IBRE.
O maior pessimismo no setor foi disseminado em quase todos os segmentos. Segundo a coordenadora, houve aumento expressivo das assinalações que apontam carteira de contratos abaixo do normal na infraestrutura, cenário que os projetos do PAC podem reverter.
Ainda assim, as empresas do segmento são as mais otimistas com a demanda dos próximos meses.
“Enfim, a piora pode ser um revés pontual, resultado de dificuldades com os negócios em um contexto de mão de obra mais cara e difícil ou refletir um ritmo aquém do esperado dos novos negócios”, assinalou.
“Nos próximos meses será possível confirmar se houve, de fato, essa inflexão do ciclo esperado”, afirmou a pesquisadora.
De acordo com o FGV IBRE, a queda do ICST neste mês foi influenciada tanto pelo Índice de Situação atual (ISA-CST) quanto pelo Índice de Expectativas (IE-CST).
O ISA-CST recuou 1,9 ponto, para 94,6 pontos. Ambos os indicadores que compõem o ISA-CST também registraram quedas: enquanto o indicador de situação atual dos negócios cedeu 0,9 ponto, para 93,8 pontos, o indicador de volume de carteira de contrato caiu 2,8 pontos, para 95,4 pontos.
No contexto das expectativas, o IE-CST recuou 1,6 ponto, para 98,2 pontos, influenciado exclusivamente pela queda de 3,7 pontos do indicador de demanda prevista nos próximos três meses, para 98,8 pontos.
Já o indicador de tendência dos negócios nos próximos seis meses subiu 0,5 ponto, alcançando 97,6 pontos.
O Nível de Utilização da Capacidade (NUCI) da Construção manteve-se estável ao variar -0,1 p.p., para 79,3%.
Já o NUCI de Mão de Obra também variou -0,1 p.p., para 80,6%, enquanto o NUCI de Máquinas e Equipamentos variou -0,4 p.p., para 72,6%.
Pelo segundo mês consecutivo, a falta de mão de obra qualificada superou a demanda insuficiente entre os quesitos de limitação à melhoria dos negócios.
“A questão está assumindo uma dimensão importante, preocupando as empresas e começando a impactar os custos”, avaliou Castelo.
Matéria publicada na Grandes Construções