O presidente da Febraban (Federação Brasileira de Bancos), Isaac Sidney, disse que os bancos já emprestaram quase R$ 500 bilhões para projetos da área, mas enfrentam dificuldades em avançar com as amarras do Banco Central.
Segundo relatos, Sidney afirmou que, por consumirem recursos por um longo prazo, os empreendimentos de infraestrutura exigem a participação do governo no desembolso na maior parte dos países hoje desenvolvidos.
“O Brasil investe pouco e cresce pouco, a infraestrutura ainda tem muita dependência de investimento do setor público, e como a situação fiscal não tem permitido ampliar os recursos, temos de virar a chave de um robusto investimento com capital privado”, disse o presidente da federação.
“O modelo a ser seguido tem como carro-chefe o mercado de capitais, no qual os bancos seguirão financiando diretamente e com papel fundamental como organizador, operador e distribuidor do mercado de capitais.”
Na conversa, Sidney disse que o ministério da Infraestrutura avançou na abertura do mercado para o capital privado via PPPs (Parcerias Público-Privadas), concessões e privatizações. Avaliou que os bancos têm apetite para entrar em boa parte desses negócios, mas enfrentam barreiras regulatórias para operações acima de cinco anos.
A Febraban informou que a exigência de capital próprio para financiamentos de projetos de infraestrutura é maior do que para financiamentos convencionais (consumo e capital de giro).
Em alguns casos, ainda segundo a apresentação do presidente da Febraban, é preciso ter mais que o dobro do capital [funding] de operações de capital de giro, por exemplo, com uma margem (lucro) muito menor.
“Não há mecanismos de mitigação de crédito via seguros e garantias e de securitização efetivos disponíveis aos bancos”, pontuou Sidney.
Matéria publicada na Grandes Construções