Recente relatório da GlobalData, voltado para a construção civil na América Latina, mostra o Brasil como carro-chefe do continente na retomada do crescimento. A empresa britânica de consultoria e pesquisa avalia que o setor latino-americano pode crescer 9,7% em 2021, comparado com 2020, e 5,6% em 2022. No período 2023-2025, a taxa de crescimento nos países da região deve se estabilizar na média anual de 3,1%, aponta o relatório.
O documento também prevê que em 2023 a construção civil da América Latina retomará o ritmo de produtividade que havia conseguido em 2019, mas que foi retraído pela pandemia de COVID-19. A GlobalData ainda avalia que, apesar de ter iniciado o processo de vacinação em massa da população depois de países como Uruguai e Chile, o setor construtivo brasileiro tende a ter os melhores índices de crescimento do continente.
“A atividade da construção civil no Brasil vem surpreendendo”, relata a economista Dariani Tani, que assina o relatório para a América Latina. A análise também destaca que o recente pacote de estímulo à infraestrutura, anunciado pelos Estados Unidos, e a valorização das commodities, por causa do aumento do consumo na China, serão fatores que irão influenciar o crescimento da construção no continente e, em especial, no Brasil. “Haverá um contágio positivo dessas condições econômicas globais nos países latino-americanos”, completa o relatório.
A análise da GlobalData faz parte de um amplo documento publicado no final de junho de 2021, intitulado “Perspectivas globais da construção até 2025” (Global Construction Outlook to 2025). Além da América Latina, foram analisados os cenários para as seguintes regiões: América do Norte, Europa ocidental, Leste europeu, sul e sudeste asiático, nordeste asiático, Australásia, Oriente Médio, Norte da África e Sub-África do Saara.
Nos 65 principais mercados do mundo, construção civil deve crescer 5,7% em 2021
Ao todo, o estudo avalia o mercado de 65 países. A perspectiva é que a construção civil global crescerá 5,7% em 2021, após queda de 2,4% em 2020. De 2022 a 2025, a produção mundial deve registrar crescimento médio de 3,7% ao ano. “A previsão para a produção global da construção é baseada no pressuposto de que os governos e as autoridades de saúde pública não reintroduzirão políticas rígidas de bloqueio e que os canteiros de obras serão capazes de continuar operando com baixo risco de interrupção”, cita Danny Richards, economista-chefe da GlobalData.
A análise também avalia que o mundo continuará experimentando alta dos preços nas commodities da construção civil, como cimento e aço. “O aumento da atividade de construção, combinado com interrupções nas cadeias de abastecimento e altos custos de transporte, tende a manter elevados os preços dos materiais de construção. A demanda global por aço, por exemplo, tem superado a oferta. Também há relatos de escassez de materiais importantes nos principais mercados, como madeira, cimento e agregados”, completa o economista-chefe da GlobalData.
Matéria publicada no Massa Cinzenta