O presidente do SindusCon-SP, Yorki Estefan, participou do 8º Seminário Internacional da Associação Brasileira da Construção Industrializada de Concreto (Abcic), em 16 de outubro. Na ocasião, Estefan destacou a importância da industrialização diante dos atuais desafios do setor, e a necessidade de se ter um alinhamento das três esferas de poder. Nesse sentido, ele citou como exemplo a restrição do uso de gruas, em São Paulo, que pode ser uma barreira para os sistemas construtivos industrializados. “Isso precisa mudar, por isso é fundamental um corpo técnico aderente à industrialização”, pontuou. Para Estefan, a reforma tributária pode trazer ganhos para a industrialização.
Outro ponto tratado por ele foi o esforço da construção civil para aumentar a mão de obra no setor, por meio do lançamento de um programa voltado para que estudantes do ensino médio possam conhecer o setor, compartilhando conhecimento para um futuro ingresso em uma das carreiras oferecidas na área, e a ação para capacitação de mulheres no canteiro de obras. “Hoje, na construção, somente 26% das pessoas têm carteira assinada. É um número impactante”.
O Seminário mostrou como a pré-fabricação de concreto pode contribuir para a construção de edifícios altos no país. O evento, promovido no dia 16 de outubro, debateu o tema “A Industrialização da Construção em Concreto – Tecnologias e Soluções Sustentáveis para Verticalização”.
“A industrialização tem ganhado cada vez mais relevância no contexto nacional, mas passou a ser vital diante dos desafios de incremento de produtividade, escassez de mão de obra e neutralidade de carbono. Por isso, a necessidade de se utilizar os sistemas construtivos industrializados, quer seja no conceito de ciclo aberto, em combinação com outros sistemas construtivos ou em soluções totalmente construídas com o pré-fabricado de concreto”, afirmou a engenheira Íria Doniak, presidente executiva da Abcic.
Durante a solenidade de abertura, Felipe Cassol, presidente do Conselho Estratégico, e João Carlos Leonardi, vice-presidente do Conselho Estratégico e coordenador do GT de Edifícios Altos, ressaltaram que o evento trata de um tema fundamental para a construção civil, além de consolidar o planejamento estratégico da entidade, cujo um dos pilares estratégicos são os edifícios altos pré-fabricados de concreto.
A primeira palestra foi ministrada pelo espanhol David Fernández-Ordóñez, secretário geral da International Federation for Structural Concrete (fib), que mostrou diversas soluções aplicadas em países de todo o mundo, que estão retratadas noBoletim 101 da fib “Precast Concrete in Tall Buildings”, cuja versão em português foi lançada no evento. A publicação foi redigida no âmbito da Comissão 6 de Pré-Fabricação, em cooperação com PCI.
Já Marcelo Miranda, CEO da Consolis Tecnyconta na Espanha, salientou como o sistema construtivo tem sido importante para atender requisitos de sustentabilidade e neutralidade de carbono na Europa.
No painel “Projetistas de Estruturas”, engenheiros Augusto Pedreira de Freitas, Carlos Melo, Fernando Stucchi, Francisco Graziano, José Carlos do Amaral, Marcelo Melo e Ricardo França, avaliaram as oportunidades e desafios da pré-fabricação de concreto em edifícios altos, do ponto de vista de projeto estrutural, mediante às questões de escassez de mão de obra e neutralidade de carbono. A engenheira Íria Doniak e o engenheiro Luís André Tomazoni, diretor técnico da Abcic, mediaram o painel.
O evento marcou ainda o lançamento do livro Coletânea de Obras Brasileiras – Edifícios Altos Pré-Fabricados de Concreto, editado pela Abcic, que traz uma abordagem do estado da arte da pré-fabricação em concreto no Brasil, dos edifícios ícones de múltiplos pavimentos aos de maior altura, a rota para a verticalização das estruturas de concreto pré-fabricado. São trinta e três importantes exemplos de obras apresentadas, que ressaltam as diferentes possibilidades de aplicação das estruturas e fachadas pré-moldadas em empreendimentos altos e de múltiplos pavimentos.
Matéria publicada no Sinduscon-SP