É preciso ampliar a modularização da construção como forma de acelerar e modernizar a industrialização das obras no país. Foi o que preconizou Yorki Estefan, presidente do SindusCon-SP, no 100º Encontro Internacional da Indústria da Construção (Enic), em 11 de abril.
“Capacitar a mão de obra em todos os níveis — do estagiário ao engenheiro, passando pelos profissionais do canteiro — é o caminho para alcançar esse objetivo”, completou Estefan, no painel “Mão de Obra: O desafio da produtividade no Brasil”. O Enic foi promovido pela CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), na Feicon, em São Paulo.
O aperfeiçoamento de processos construtivos, usando a industrialização, é fundamental no processo de utilização da tecnologia e produtividade na transição para a industrialização, afirmou em outro painel do evento Rodrigo von Uhlendorff, vice-presidente de Tecnologia e Qualidade do SindusCon-SP.
Segundo ele, é fundamental pensar o mercado local para aplicar possibilidades de acordo com cada necessidade. Em São Paulo, por exemplo, com prédios cada vez mais altos, a industrialização torna-se importante na otimização e na organização do processo produtivo, disse.
“Aqui no Brasil, quando pensamos em 30 andares, pensamos em alvenaria estrutural. Mas existem vários sistemas integrados para trazer a industrialização para essa obra: kits elétricos e hidráulicos, fachada em monocapa, telhado no BIM, janelas e portas de encaixe. A industrialização dentro da alvenaria convencional ocorre em muitos multissistemas e o maior diferencial da nossa empresa são os ciclos”, afirmou.
No painel, houve consenso em que a indústria da construção vive um momento de profunda mudança, e os próximos anos trarão processos cada vez mais enxutos e produtivos. “Esse futuro já chegou e temos de nos adaptar a ele”, disse Rodrigo.
Qualificação de mão de obra
Em painel que CBIC e Senai lançaram um plano nacional de qualificação de mão de obra para a construção, David Fratel, coordenador do Grupo de Trabalho de RH do SindusCon-SP, relatou as dificuldades vividas em obras no Estado de São Paulo. “Falta mão de obra, falta atratividade, falta qualificação. Esse plano chega na hora certa. Criamos trilhas profissionais que permitem que um aprendiz se torne mestre de obras. É disso que precisamos”, afirmou.
Matéria publicada no Sinduscon-SP